4/27/2011

GALVÃO, Pedro (org), Filosofia Pública. Os Animais Têm Direitos? Perspectivas e Argumentos. Lisboa: Dinalivro, 2011 (ca. 238 pp. e 15 euros)



“Em parte por ser tão nova (ou pelo menos por quase não ter estado representada) na filosofia ocidental, a ética ambiental não encontra qualquer definição estabelecida nos glossários da terminologia filosófica. Aldo Leopold, no entanto, é reconhecido niversalmente como o pai ou o génio fundador da recente ética ambiental. A sua “ética da terra” tornou-se um clássico moderno (...) Leopold é de opinião (..) de que os sistemas éticos tradicionais do Ocidente não atribuiram estatuto moral aos seres não humanos (1) os animais e as plantas, os solos e as águas, que Leopold inclui na sua comunidade de beneficiários éticos, tradicionalmente não gozaram de qualquer estatuto moral, de quaisquer direitos (...) Um aspecto fundamental e novo da ética da terra de Leopold, portanto, é a extensão da considerabilidade ética directa das pessoas a entidades naturais não-humanas.” (pp. 131,2)





“a carne comprada nos supermercados, externamente empacotada e internamente embrulhada em petroquímicos, de animais engordados em fazendas e abatidos impessoalmente e, em geral, processada mecânicamente desde a inseminação artifical até ao forno de microondas é uma afronta, não só ao metabolismo físico e à saúde do corpo, mas também à consciência moral” (p.171)



“A ética da terra (...) À questão de saber o que comer, responde: não vegetais em vez de animais mas comida produzida orgânicamente em vez de comida produzida mecânico–quimicamente. (...) isto é, caçar e consumir animais selvagens e colher plantas comestíveis selvagens, vivendo assim dentro dos parâmetros do nicho ecológico humano primitivo” (p.47)



(1) John Passmore (“The Treatment of Animals”, Journal of The History of Ideas 36 [1975] 196-218) oferece um estudo bem fundamentado e revelador das ideias históricas sobre o estatuto moral dos animais no pensamento ocidental”

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