11/12/2008

ÉTICA 2

SAVATER, Fernando, A Vida Eterna, Um convite a reflectir sem medo sobre a Religião, a Razão, a A Vida Eterna, Lisboa, Dom Quixote, 2008. (299 pp. e ca. 16 euros)

“Em numerosas ocasiões (ao contrário do que afirma Habermas) exigir-se-à ao crente, com todo o direito, que separe as razões seculares das religiosas e, mais ainda, que submeta as primeiras às segundas. Assim o defende José António Marina no seu livro Por Que Sou Cristão que tem como significativo subtítulo «Teoria da Dupla Verdade»: «Pelo que sei as evidências religiosas – como as estéticas – não podem ser universalizadas. Baseiam-se em experiências privadas que podem ser assimiladas e repetidas por outras pessoas, mas sem que possamos encontrar critérios objectivos para justificar a sua verdade. (…) Afirmar o carácter privado da experiência religiosa não significa expulsar a religião da vida pública, mas apenas reconhecer que quando entram em conflito com verdades universais devem regressar ao seu âmbito privado.» Também o controverso teórico muçulmano Taric Ramedan estabelece que quando a leitura literal do Corão entra em conflito com a legislação de sociedades democráticas modernas, são os valores instituídos nestas últimas que devem prevalecer (entrevista publicada na revista britânica Prospect, Julho de 2006)” (p. 169)

“Diga Maomé o que disser, os maridos não têm em Espanha o direito de sovarem as suas mulheres, nem os eclesiásticos podem incitar a sua clientela a cometer semelhante delito, da mesma maneira que – diga a Bíblia o que disser – a pena de morte está excluída do nosso ordenamento jurídico e reivindicá-la para castigar a homosexualidade seria uma aberração que não deveria ficar impune. (…) PoR muito piedoso e repleto de motivações sagradas que esteja um delinquente, continua a ser delinquente e como tal deve ser tratado pelos tribunais. (…) A tolerância pluralista é incompatível com as concessões à teocracia, seja de que culto for. A religião é um direito de cada um, mas não um dever para ninguém… nem muito menos converte em aceitável e louvável o que transgride a legalidade.”

11/11/2008

AAVV, Mai 68 – Préface de Daniel Cohn-Bendit, Paris, ed. Denoel, 2008 (384 pp. sobretudo fotos e ca. 29 euros)

“...68, ce fut cette revolte à la charnière de l’ ancien et du nouveau, des mythes, des revolutions antécédantes et des mouvements de libérations concomitants, mais aussi de formidables revendications d’ emancipation individuelle et collective, d’ un désir d’ autonomie et de liberté qui sonnait le glas de tous les totalitarismes imaginables et inimaginables, de gauche et de droite, d’ en haut ou d’ en bas, religieux ou laic, mâle ou pervers.


(...) Pourtant, c’ est vrai, nous sommes coupables de vous avoir fait peur, d’ avoir rêvé une imagination au pouvoir et d’ avoir revendiqué un monde plus juste et plus solidaire. Nous sommes coupables de vouloir poser une colle à laquelle vous n’avez jamais su répondre jusqu’à haujourd’hui “Il est interdit d’ interdire”. Une dialectique qui demeure complétement extraterrestre pour vous et que remet marxisme et hegélinisme sur leurs épaules tout en les dépassant dans une langage résolument freudienne. (...)
L’ irruption du désir et de l’ ironie dans l’ éspace politique a peut-être été le fait le plus révolutionnaire de cette époque”
(D. Cohn-Bendit in Préface)



Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar ?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa de mal ?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

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