7/05/2008

TESTEMUNHOS 5


SALES, António, Um Ano no Tráfico de Mulheres, Lisboa, Pub. Dom Quixote, 2008 ca. 15 euros

- “Hum… De dezasseis… De onde? Da capital?
- De todas os lados. De Cancum, de D.F., sei lá! E digo-te mais. Mais a sul, em Chiapas e por toda essa região, os pais oferecem-te as filhas com treze ou quatorze anitos por um par de barris de cerveja e uma vaca. Eu conheço ai uma povoação onde as podemos arranjar sem qualquer problema. As dessa região são mais nativas, não são tão bonitas mas são jovenzinhas. Quantas é que queres?” (p. 366)

“Os factos são irrefutáveis e indiscutíveis: a imensa maioria das prostitutas que exercem em Espanha fazem-no em locais de alterne. A imensa maioria das rameiras que exercem em locais de alterne são estrangeiras que exercem a prostituição são imigrantes ilegais que vêm traficadas por máfias. Portanto, a imensa maioria do dinheiro que a prostituição movimenta na Europa, (…) reverte em benefício de máfias de tráfico de seres humanos. Este é o facto indiscutível a partir do qual é possível deduzir que todos os clientes deste tipo de serviços são de uma forma ou de outra, cúmplices dessas máfias. Actuem em consequência.
(…) Se os proxenetas, punhateiros, chulos ou “respeitáveis empresários” que defendem a prostituição como um trabalho digno, forem consequentes com aquilo que apregoam, deveriam dar o exemplo colocando a trabalhar nos bordéis as suas respectivas mães e filhas. Tudo o resto é merda e não passa de um execrável palavreado barato” (p.436,7)

MARKETING 1

GODIN, Seth, As mentiras do Marketing, Lisboa, ed. Presença, 2006, ca. 11 euros.
“O marketing tem a ver com a divulgação de ideias, sendo que divulgar ideias é o produto mais importante da nossa civilização.” (p.30)

“Uma história que funciona combinando a autenticidade e um mínimo de efeitos colaterais consegue construir uma marca (e um negócio) duradoura. (p.111)
”Sim, os profissionais de marketing são mentirosos. Mas os bem-sucedidos são aqueles que conseguem contar-nos de forma honesta uma história em que queremos acreditar e que desejamos partilhar.” (p.171)

Retrato 3


Retrato 2


Retrato 1


6/29/2008

GESTÃO 10

BRAFMAN, Ori e BECKSTROM, Rod A., A Estrela-do-Mar e a Aranha, O Fenómeno das Organizações Sem Líder, Lisboa, Ed. Presença, 2007 ca. 11 euros
“Este livro fala sobre o que acontece quando não há ninguém no comando. Aborda o que acontece quando não há uma hierarquia. Seria de esperar que se instalasse a desordem ou mesmo o caos. Mas, em muitas áreas, a ausência de uma liderança tradicional está a possibilitar a ascensão de grupos poderosos que estão a virar do avesso a indústria e a sociedade.” (p.13)
Alguns itens considerados importantes para uma organização sem líder:
- Deseconomia de Escala
- Efeito de Rede
- Conhecimento nas Margens
- Contribuição de todos
- Importância dos catalisadores
- Os valores são a organização
Questões deste tipo de organizações:
- Como está a saúde do círculo?
- Os membros continuam a participar?
- A rede cresce? Estende-se? Transforma-se? Descentraliza-se? ”A maior parte dos catalisadores compreendem estas questões intuitivamente. Numa organização estrela-do-mar as pessoas fazem o que querem. Preocupam-se com os membros mas não esperam relatórios nem desejam controlar (…) Os melhores catalisadores são aqueles que põem as pessoas em contacto e vão marcando o compasso da ideologia (p.169)
sites referidos:
www.vsf.cape.com/~dales/science//nervous.htm
www.edge-of-reef.com/asteroidi/asteroidien.htm
www.usdoj.gov/ag/manualpart1_1.pdf (site do FBI que exibe um manual apreendido à organização de Bin Laden e expõe o modo de funcionamento de uma organização tida como exemplo de “sem líder”)

PSI 2

TALEB, Nassim Nicholas, O Cisne Negro, Lisboa, Pub. Dom Quixote, 2008
“Ser genuinamente empírico é reflectir a realidade o mais fielmente possível; ser honrado implica não recear o aspecto e as consequências de se ser diferente” (p.59)

“A nossa propensão para impor significado e conceitos bloqueia a nossa noção dos pormenores que formam o conceito. (…) As nossas mentes são como reclusas, prisioneiras da nossa biologia, a menos que consigamos encontrar uma escapatória engenhosa” (pp. 108,9)

“A maneira de evitar os malefícios da falácia narrativa é dando mais primazia às experimentações em detrimento da narração de histórias (…) e do conhecimento clínico em detrimento das teorias (p.128)

“Infelizmente não fomos construídos na actual versão da raça humana, para compreender matérias abstractas – precisamos de contexto. (…) Respeitamos o que aconteceu, ignorando o que poderia ter acontecido” (p.187)

“O problema é que as nossas ideias colam-se: depois de produzirmos uma teoria, não é provável que mudemos de ideias – logo, aqueles que adiam o desenvolvimento das suas teorias dão-se melhor. (…) Lembre-se que tratamos as ideias como bens e é difícil separarmo-nos delas” (p.199).

“Devido ao desenvolvimento do conhecimento científico, sobrestimamos a nossa capacidade de compreender as alterações subtis que fazem parte do mundo e o peso que é necessário atribuir a cada uma destas alterações. Hayek designou este fenómeno como «cientismo». [vd. “A Pretensão do Conhecimento” discurso de Hayek ao receber o Nóbel de Economia, em 1974 – nota de Kriu]

“Saiba como classificar as crenças não de acordo com a sua plausabilidade mas pelo mal que lhe podem causar. (…) Esteja preparado para todas as eventualidades relevantes” (p.267)

Do Glossário:
“Problema do fato vazio (ou problema do especialista): alguns profissionais não possuem competências que os diferenciem do resto da população mas, de algum modo, e contra todos os seus registos empíricos, são considerados especialistas: psicólogos, clínicos, economistas académicos, “especialistas” em risco, estatísticas, analistas, políticos “especialistas” em finanças, analistas militares, CEO, et ceatera. Estes profissionais ornamentam a sua “especialização” com uma linguagem rica em jargão, matemática e usam frequentemente fatos caros.
(…) Arrogância epistémica: medir a diferença entre o que alguém de facto sabe e o que pensa que sabe. Um epistemocrata é alguém possuidor de humildade epistémica, com uma grande desconfiança relativamente ao seu próprio conhecimento” (pp. 383,4)



Take the skeleton of a man, tilt the pelvis, shorter the femur, legs and arms, elongate the feet and hands, fuse the phalanges, elongate the jaws while shortening the frontal bone and, finally, elongate the spine, and the skeleton will cease to represent the remains of a man and will be the skeleton of a horse.

Buffon, 1753 (citado in: PANAFIEF, Jean Baptiste (texto) e GRIES, Patrick (fotos), Natural History Though Spectacular Skeletons, London, ed. Thames and Hudson, 2007.

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